A saúde mental emergiu como a principal preocupação dos brasileiros, ultrapassando doenças tradicionalmente temidas, como o câncer. Uma pesquisa revelou que 52% da população considera o bem-estar psicológico o maior desafio de saúde do país, um aumento significativo em relação a 2018, quando esse índice era de 18%.
Esse fenômeno reflete uma transformação profunda na sociedade brasileira. A saúde mental, antes negligenciada ou estigmatizada, tornou-se um tema central nas discussões sobre qualidade de vida, produtividade e políticas públicas. O câncer, que anteriormente liderava as preocupações, ocupa agora a segunda posição, com 37% de menções.
O Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado em 10 de outubro, serve como um marco para refletir sobre essa mudança. O Brasil ocupa a terceira posição global entre os países que mais pensam sobre o bem-estar emocional, atrás apenas de México e África do Sul, com 74% da população afirmando refletir “com muita frequência” sobre o tema.
Especialistas apontam que fatores como o estresse, a ansiedade e a depressão têm se intensificado nos últimos anos, impulsionados por uma combinação de pressões sociais, econômicas e digitais. O aumento da conectividade e a exposição constante a informações podem contribuir para o desgaste emocional, especialmente entre jovens e mulheres.
Além disso, a saúde mental tornou-se a principal causa de afastamento do trabalho no país, superando doenças físicas. Esse cenário destaca a urgência de se repensar as políticas de saúde pública, priorizando o cuidado psicológico e emocional da população.
A crescente conscientização sobre a importância da saúde mental reflete uma sociedade mais disposta a enfrentar seus desafios internos. No entanto, ainda existem barreiras a serem superadas, como o estigma associado ao tratamento psicológico e a falta de acesso a serviços de qualidade.
É imperativo que o país continue avançando na promoção da saúde mental, integrando-a de forma efetiva nas políticas públicas e na cultura organizacional. Somente assim será possível construir uma sociedade mais saudável, equilibrada e resiliente.
